Uma pedalADA pela América - CARACOLES!!!!
Quando eu pensei nesta viagem tinha apenas uma ideia do que eu ia fazer, por onde passar e lugares que eu queria conhecer. Inicialmente pensei no Chile ia seguir de Valparaíso rumo ao norte pela costa para então cruzar para Bolívia. Eu pensava que ia ser assim, mas... no meio do caminho tudo mudou.
Lá
na Argentina, quando passei por Bariloche, fiquei na casa do Miguel,
um cicloturista desses apaixonados. E ele, me mostrou fotos de
viagens pelo norte da Argentina, contou de estradas e lugares lindos
que valiam a pena a visita.
Pensei
bem...norte do Chile, pelos relatos que eu já havia lido: desértico.
As vezes mais de 400 km entre uma cidade e outra. Não,
definitivamente eu não queria isso. Pensei bem e resolvi que de Valparaíso seguiria de novo à Argentina e depois voltaria ao Chile pra conhecer a linda e não menos desértica cidade de San Pedro de Atacama.
Mas
isso significaria que teria que cruzar de novo a Cordilheira dos Andes e por duas
vezes mais... uma pra ir pra Argentina (Paso Los Libertadores a 3.500 mts acima do nível do mar) e depois pra voltar ao Chile (Paso Jama a
4200 mts acima do nível do mar).
E
quem disse que seria fácil? Mas desafios são pra serem
cumpridos...e quando há um desafio e conseguimos alcançar, tudo tem
um gostinho mais que especial.
Confesso
que fiquei tensa pra esse trecho da viagem. Seriam 400 km de
Valparaíso (Chile) a Mendonza (Argentina) . Sairia do nível do mar
e teria que chegar a 3.200 mts de altitude em menos de 200km. Tinha medo de estar só,
do frio, da altura, de não saber como meu corpo se comportaria
nestas condições. Tinha medo e muito respeito pela Cordilheira dos
Andes.
Pesquisei
na internet algumas coisas. A maioria dos ciclistas faz o trajeto
inverso Arg-Chile, mas com sorte encontrei alguns poucos e até um
blog de brasileiros que fizeram o trajeto Chile-Argentina.
Com
as informações que tinha fiz meu planejamento. Também me equipei
melhor. Sabia que provavelmente iria ter que acampar, e em altitude e
com frio (era final inicio de junho e sabia que o frio ia apertar).
Como na Argentina, em pleno mês de abril, quase tinha congelado com
meu saco de dormir, numa noite que havia feito -5°, eu não queria
passar por isso de novo.
Fui
a Santiago, investi uma mega grana num bom saco de dormir, cuja
temperatura conforto era pra -5°. Assim, poderia subir tranquila,
dormir na barraca se preciso e ter tranquilidade que não iria morrer
congelada pela noite. Rsss
Depois
da triste despedida da Carol em Valparaíso, segui em meu primeiro dia dessa
travessia. Eu tinha ficado muitos dias sem pedalar, curtindo uma boa
vida de turista em Viña del Mar e Valparaíso, então neste primeiro
dia de retorno ao pedal fui com calma. Foram 76 km, mas num pedal
tranquilo. Chegando na cidade de La Calera eu já podia ver ao fundo
a cordilheira … o coração já acelerava só de pensar que em
alguns dias eu estaria alí...passando para o outro lado.
No
dia seguinte, mais pedal. Eu sempre esperando subidas duras, mas me
surpreendia, porque estava sempre subindo, mas de maneira suave.
Neste dia passei em um túnel e pela primeira vez tive meu pneu
furado, depois de mais de 5000 km.
Por
sorte estava bem perto de um posto de gasolina, parei aí, troquei a
câmara de ar e aproveitei pra almoçar. Até que troquei rápido o
pneu...rss... em menos de uma hora consegui fazer a troca e ainda
almoçar. O mais engraçado de tudo foi que os homens do posto de
gasolina ficaram me olhando, nenhum se ofereceu pra ajudar, e penso
que duvidaram que eu conseguiria fazer tudo sozinha. Quando saí eles
ficaram me olhando com cara de surpresa...rss..
Neste
dia um senhor parou seu carro na estrada, também me felicitou pela
viagem e me deu umas bananas de presente.
Segui
feliz e contente, passei por um caminho com mais de 20 km de ciclovia
e ainda pela tarde cheguei à cidade de San Felipe. Eu ia ficar hospedada na
casa do Rodolfo, por couchsurfing. Ele pediu pra eu esperar en San Felipe até
que ele saísse do trabalho. Aproveitei o tempo livre, caminhei pela
cidade, fui a uma bicicleteria, comprei uma câmara nova,
afinal...furou uma vez, agora podia começar a brincadeira...rss..
comprei um espelho retrovisor (que bom que fiz isso!!!) e depois
segui com o Rodolfo pra sua casa.
Ele,
montanhista e conhecedor da região, me deu muitas dicas do caminho.
Me tranquilizou um pouco com a subida que estava por vir. Me deu
dicas de onde poderia dormir no dia seguinte e acampar no meio do
caminho se necessário. Foram dicas preciosas, que me deixaram um
pouco mais tranquila pra seguir viagem.
Sua
família me acolheu com carinho e passei uma noite muito quentinha.
No dia seguinte tomamos café da manhã juntos. Sua mãe me deu
alguns abacates deliciosos e que foram boa fonte de energia pra
encarar a grande subida.
Neste
dia saí de 670 mts e ia chegar a 1500 mts. A subida começava de
verdade. A cordilheira ficava cada vez mais branca e mais perto ( o
coração acelerava cada vez mais). A paisagem foi mudando
lindamente. Ainda assim, a subida foi suave.
Me
encanto com as estradas chilenas. Elas vão serpenteando vales das
montanhas, e por isso não se sente tanto as subidas. Sempre tem, nem
que seja um pouquinho de acostamento. Eles ainda constroem túneis
lindos pra cortar as montanhas.
Em
meio a paisagens lindas nem percebia o tanto que subia. Subiam eu e
meus pensamentos, lentamente, tranquilamente, sem pressa, afinal,
neste dia, seriam apenas 44 km.
Quase
em Guarda Vieja, encontrei um lindo garoto, o Paulo. Ele me perguntou
qual o nome do meu esporte, eu disse cicloturismo. Ele disse que
praticava downhill
. Ele ficou admirado com a bike, com a quantidade de coisas, fez
perguntas, me deu dica do caminho, de onde dormir e depois disse: “
é um duro caminho, vai bem abrigada, faz muito frio e ainda... lá
em cima tem neve”!!!
Valeu
pelas dicas Paulinho. Tiramos uma foto e eu segui. Pouco a frente vi
um posto de gasolina, parei, perguntei se podia colocar barraca aí,
se era seguro pra passar a noite. Os frentistas disseram que sim, mas
ao final, disseram que havia um quartinho vago, com alguns entulhos e que se eu não me importasse, podia dormir
aí. Perfeito!!!!
De
novo, e sempre, agradeci por tudo!!! Cada dia que passa pessoas boas
cruzam meu caminho. Ontem tive cama quente e comida gostosa, hoje um
lugar abrigado e seguro pra dormir!!! Gratidão infinita por isso
tudo!!!
Como
era ainda cedo, preparei meu jantar e almoço do dia seguinte aos pés da Cordilheira
dos Andes, vi um lindo (e frio) entardecer e depois, já começando a
noite, fui pro meu quartinho.
Me
lembrei que o freio da bike estava agarrando um pouco, e não queria deixar
a subida do dia seguinte ainda mais pesada. Resolvi tentar
arrumar...grande erro! Não havia luz no quarto, eu com minha
lanterninha tentando arrumar...sabia que não ia sair boa coisa, mas
pensei que tinha resolvido!!! #soquenão
Nesta
noite, eu ansiosa pelo dia seguinte, não consegui dormir direito.
Tinha um pouco de medo, mas também certeza de que tudo ia dar certo.
Acordei
as 7:30, ainda escuro, arrumei as coisas, tomei café... vi que o
freio não tinha ficado lá grandes coisas, tentei ajeitar um pouco e
comecei a subir.
Desde
cedo muitos caminhões. Enchi o peito de coragem e comecei a grande
subida. Uns 5 km depois do posto de gasolina vi que tinha um
restaurante e uma hospedaria, seriam também bons lugares pra dormir.
E logo em seguida, mais ou menos 1 km depois, um posto dos
carabineiros do Chile, outro possível lugar de se passar a noite.
Um
pouco depois dos carabineiros, vi que tinha perdido uma pastilha de
freio. Tentando ajeitar as coisas a noite, prendi somente de um lado
e uma acabou saindo. Pensei bem e resolvi subir assim mesmo. Ia
perder muito tempo pra consertar, já eram mais de nove da manhã e
eu tinha um longo caminho pela frente e também, sabia que em nenhum
momento neste dia, ia precisar de freio...rss...
A
brincadeira finalmente começou. Subidas e paisagens lindas. Eu e
Branquinha em meio a essa imensidão chamada Cordilheira dos Andes.
Até
chegar a “curva zero”, ponto inicial da famosa subida chamada
“Los Caracoles”, foram 15 km. Creio que uns 5 km antes tem um camping,
que neste dia estava fechado. Aí na
curva zero, pouco antes, também tem uma casa abandonada e também
umas casas, creio que de trabalhadores, que se pode pedir pra ficar.
Passar a noite aí deve ser bom, porque assim no dia seguinte sobram menos
km de subida.
Antes
da curva zero, quase meio dia, parei pra comer. Reforcei as energias
com um belo copo de banana, abacate, granola, mel e leite. Energia
suficiente pra encarar mais 15 km de muita subida.
Deste
ponto se pode ver a famosa subida, Los Caracoles. Um verdadeiro
zig-zag em meio a cordilheira. Inacreditável como os caminhões e
carros vão subindo e descendo muito muito devagar. Eu olhava e
parecia um videogame. Surreal. E eu sabia que depois da curva zero, seriam
mais 32 curvas até o fim.
vídeo
vídeo
Enchi
o peito com mais um pouco de coragem e comecei. As vezes não acreditava que estava
alí. Era meio surreal pensar que eu estava subindo aquilo tudo. A
cada curva, uma placa com a contagem. Não sabia se isso era bom ou
ruim...rsss... carros e caminhões passavam...buzinavam...gritavam
palavras de incentivo. Isso me dava mais coragem, as vezes eu me
emocionava e lentamente eu ia avançando.
Na
verdade a primeira parte dos Caracoles não é tão pesado quanto eu
esperava, porque a cada curva tinha uma parte relativamente plana.
O
dia estava perfeito. Não muito sol. Não muito vento. Não muito
frio. Um lindo céu azul como que um presente lindo do universo.
Depois
da curva 20 vem uma parte mais plana. Não se engane...a pior parte
da subida vem aí. Subida e cobertizos, tudo junto. Dessa vez não
dava pra passar por fora dos cobertizos e eu tinha que ficar atenta,
pois são bem estreitos e escuros os túneis. Olhava bem lá embaixo pra
ver se não vinha carro e subia.
A
subida neste ponto fica mais dura. E eu, sentindo o cansaço de mais
de duas horas de subida forte e, agora sentindo mais os efeitos da
altura, ia cada vez mais devagar.
Depois
de toda subida de Los Caracoles vem uma escola de montanha e finalmente
Portillho, que é um hotel chique e uma pista de esqui. Não pude acreditar que tinha acabado de subir Los Caracoles!!!!
Emocionei,
tirei foto, fui ver o lago que tem atrás do hotel. Sentei aí por
alguns minutos. Eram quase quatro da tarde. Finalmente almocei,
pensei em tudo. Me sentia extremamente feliz por ter conseguido
superar meus medos, minhas ansiedades, por estar alí.
Cogitei
a possibilidade de acampar aí, afinal eram quase 4 da tarde. Mas
depois, quando me lembrei da foto do Beto Ambrósio, com sua barraca
cheia de neve, foto tirada bem aí neste lugar, dois anos antes e na
mesma época...pensei, melhor subir até o túnel...rss...
Juntei
forças pra subir mais 8 km. Estes pareciam infinitos. O vento
resolveu a não me ajudar e demorei quase duas horas pra chegar ao
túnel. Fazia cada vez mais frio, tinha neve na estrada e água
congelada nas montanhas em volta.
Só
pensava que tinha que chegar do outro lado e ainda buscar lugar pra
ficar. Mas, sempre, o universo conspira pra que coisas boas aconteçam.
Finalmente,
quase seis da tarde, quase começando a anoitecer, chego ao famoso
Túnel Cristo Redentor. A 3125
mts de acima do nível do mar. Eu tinha conseguido. Eu subi tudo
pedalando.
E tudo transcorreu muito bem.
Tava
com o coração cheio de alegria que não cabia em mim. Queria tirar
fotos, mas queria atravessar o túnel, afinal já ia escurecer. Este
túnel tem quase que 4 km de extensão. Metade lado chileno e metade
argentino. Logicamente, por sua extensão, não se pode passar
pedalando. Mas, bem aí, antes do túnel, tem uma casinha com o
pessoal que trabalha na manutenção da via. Eles têm uma caminhonetes e atravessam as
bikes pro outro lado.
Fui
então falar com um destes funcionários e ele disse que podia me
levar sem problema. Eu disse que ainda teria que buscar lugar pra
dormir do outro lado. Ele, como um anjo, disse que se eu quisesse
podia passar a noite alí que eles tinham cama sobrando. De novo não
pude acreditar. Aceitei de cara o convite e fiquei mais tranquila.
Aproveitei, tirei fotos com calma e depois fui me acomodar.
Os
dois funcionários que me receberam foram o “anjo” Gabriel
e “san” Sebastian. Pessoas lindas e divertidas que me acolheram
super bem.
Eu
confesso que tudo que queria era trocar de roupa, pois sentia muito
frio, porque a roupa estava úmida. Eu estava suja, por ficar dois
dias sem banho, mas não sentia nojo de mim. Em meu suor sentia um
cheiro bom, como de um perfume (você que lê pode achar estranho,
mas se pedala vai me entender), era como que um cheiro de conquista.
De novo não tomei banho (essas coisas fazem parte da viagem), tinha
frio. Mas gostei de sentir o cheiro do meu corpo, do meu suor, do
esforço da minha caminhada... isso não me incomodava, ao contrário
me dava alegria.
Também
tinha muita sede, tomei uns 3 copos seguidos de água. Água pura da
cordilheira. Depois tomei um delicioso café com pão fresquinho que eles me prepararam. Estes dois anjos, pessoas super divertidas, me perguntavam tudo da viagem.
De
novo, fui dormir com muita gratidão no coração. Gratidão por ter
dado tudo certo, por ter superado medos, desafios; por ter encontrado
pessoas boas no meu caminho, anjos que sempre aparecem. E depois de
um dia tão duro, creio que o dia mais duro de toda viagem (até
então) me sentia bem, feliz, pela vida, por mim, por minhas
escolhas. Me sentia vitoriosa principalmente por ter tido coragem de
encarar tudo isso. Sim com muitos medos, mas a coragem
prevaleceu pra que eu pudesse chegar até ali.
Ter
encarado este desafio, me fez entender que sempre é preciso ter calma, tranquilidade, sempre em todos os momentos, com uma
pedalada de cada vez. Que assim seja por toda vida. Lembrando de
agradecer sempre ao universo, à Deus por tudo. Em meio a uma
paisagem como essa, tão grandiosa e tão perfeita, eu não tive dúvida de que um ser grandioso está por trás de tudo isso que nos cerca!!!!
E
que assim seja a vida... depois de um grande desafio... de uma grande
subida, que venha finalmente uma longa descida!!!!Uhuuu...
Dia
seguinte, depois de tomar café com os sempre divertidos Gabriel e
Sebastian me preparei pra partida. Arrumei a bike, o freio que estava
mal (afinal, hoje sim ia precisar de freios) e atravessei o
impressionante túnel.
Do
lado Argentino me despedi do Sebastian. Prometi enviar fotos e
notícias a eles.
Tirei
foto, me abriguei mais. Fazia
muito frio e pra descer mais ainda. Fui descendo tranquila, pensando
que neste dia, meus quase 100 km até Uspallata seriam de descida.
Passei
pelo Parque Nacional Aconcágua. Avistei de longe a maior montanha
das Américas com mais de 6900
mts de altitude.
Já
sentia como era diferente a paisagem, o Vale do Rio Mendoza lindo de
se ver. Passei pela famosa e impressionante Puente Inca, tirei fotos, comi e
quando saía dali algo inusitado aconteceu. Vi uma pessoa que
parecia conhecer, não pude acreditar. O Erivelton, aquele brasileiro
que encontrei no Uruguai e que pedalamos dois dias juntos estava ali.
Ele não subia pedalando, esperava um ônibus, pois seu joelho estava
doendo muito para seguir. Ia em sentido contrário, a Valparaíso.
Não pude acreditar que o encontrava de novo, quatro meses depois.
Fiquei muito feliz em vê-lo. Conversamos um pouco, nos abraçamos forte e eu segui viagem.
Tinha
ficado bem tranquilona, pensando que era tudo só descida. Mas eram
quase duas da tarde e faltavam 70 km até a cidade de Uspaillata.
Apertei o passo. O vento estava a favor. As descidas deliciosas e as
poucas subidas não muito duras.
Encontrei
no caminho um cicloturista em sentido contrário. Fiquei com dó
dele, tadinho, subindo e com vento contra. Trocamos informações do
caminho e seguimos.
Nesta
parte do caminho existem muitos túneis, ainda bem que eu passava descendo,
assim ia mais tranquila.
Encantamento
com a grandiosidade de tudo, da beleza da paisagem das cores das
montanhas e dos vales. Me senti uma formiguinha no meio dessa
imensidão de montanhas e suas cores.
Um
caminhoneiro me parou e ofereceu carona, disse
que tinha me visto no dia anterior, subindo Los Caracoles.
Conversamos um pouco e eu agradeci a carona, disse que o dia estava
bom e que eu queria terminar o trajeto pedalando. Mal sabia eu o que
estava por vir.
Mais
um pouco de descidas e lá ao longe, bem longe, vi uma nuvem de
poeira se formando. Preferi ignorar, não pensar que isso poderia ser
algo ruim. Fui descendo, descendo e me aproximando dessa nuvem... e
quando cheguei bem perto, vi que a coisa era feia. Eram ventos muito fortes que eu nunca tinha experimentado na minha vida.
O vento era tao forte que tive que sair da bike, pra não cair, deitá-la no solo e me agarrar a uma placa com medo que o vento me levasse.
Neste
dia eu senti medo...estava no meio do nada, quase 5 da tarde,
faltando 20km pra chegar na cidade e eu ali...sem poder pedalar.
Pedi
carona, sem sucesso. Vi que o melhor a fazer era ir tentando, aos
poucos, sair dessa ventania. A medida que as rajadas de vento davam trégua eu
levantava a bike e pedalava ou empurrava um pouquinho. Assim foi por uns 5km.
Ufa,
uma subidinha e finalmente se acalmou a ventania. Consegui chegar a
Uspaillata já iniciando a noite. Tava tão cansada e tensa que só queria uma cama quente
pra descansar.
Busquei
um hostel e aí fiquei por dois dias. Um pra literalmente descansar e
outro pra conhecer a cidade: Uspallata e suas lindas e coloridas montanhas e noites estreladas.
Depois
segui finalmente pra Mendoza. Meu destino neste trecho da viagem. Essa parte da estrada foi muito cansativa. Nada de acostamento e movimentação constante de caminhões em mais de 100km...tinha de ter atençao redobrada. Mas a paisagem ainda compensava todo stress do caminho.
Aí em Mendoza conheci o Quique, que me recebeu super bem na sua casa. Conheci também seus amigos, que assim como ele, praticam voo livre.
Me senti literalmente na Argentina pois, no dia que cheguei haviam preparado assado (nosso churrasco) abastecido a muito fernet (bebida típica da argentina, que pra mim não passa de jurubeba...me perdoem os argentinos pela comparação...rss..) mesclado com coca cola.
Aí em Mendoza conheci o Quique, que me recebeu super bem na sua casa. Conheci também seus amigos, que assim como ele, praticam voo livre.
Me senti literalmente na Argentina pois, no dia que cheguei haviam preparado assado (nosso churrasco) abastecido a muito fernet (bebida típica da argentina, que pra mim não passa de jurubeba...me perdoem os argentinos pela comparação...rss..) mesclado com coca cola.
Ganhei um um presente muito inusitado, um voo de parapente, que infelizmente, devido às condições do clima, não pude aproveitar...aff...Mas, sem problemas, um dia eu volto pra voar com você Quique e com seus amigos.
De
novo, a viagem segue, regada a momentos, as vezes duros, mas de muito
aprendizado e sempre com pessoas mais que especiais no meu caminho.
Sempre
sempre muita gratidão por tudo!!!!
Mais fotos deste trecho da viagem em aqui!!!
Resumo desta parte da Viagem:
Dia
133 => Valparaíso a La Calera=> 76km => Hospedagem
bombeiros
Dia
134 => La Calera a San felipe => 60km => Hospedagem
Couchsurfing
Dia
135=> San Felipe a Guardia Vieja => 44km => Hospedagem –
Copec
Dia
136 => Guardia Vieja a Tunel Cristo Redentor => 33km =>
Hospedagem – casa dos funcionários do túnel
Dia
137=> Túnel a Uspallata => 95km => Hospedagem Hostel
Dia
138 e 139 => Uspallata => descanso
Dia
140 => Uspallata a Mendoza => 132 km => Hospedagem
Warmshowers
Dia
141=> Mendoza => descanso
Gostou da viagem, quer saber mais e principalmente fazer parte dessa ideia maluca?
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Quer saber das outras pedalADAs e onde estou agora? Veja aqui no mapa !
Bons pedais pessoal e até as próximas!!!
Grande pedal. Parabens. Relato bem detalhado. Boa sorte.
ResponderExcluirhttp://diariodeviagensdebike.blogspot.com.br/
Caracas, Adinha! Que trecho foda! Muita intensidade nessas sensações, hein? Os relatos tão muito legais, to me atualizando do seu caminho.
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