Uma Pedalada pela América - Finalmente Chile!!!




Bom, depois de passar a Chile e voltar a Argentina, devido aos problemas técnicos do dia anterior, eu segui de novo rumo ao Chile, mais cedo. Dessa vez, não sei porque, foi mais duro despedir da Andréa e também do Ricardo, o guarda parque que nos recebeu.

De novo saí chorando pelo caminho, passei de novo na aduana, refiz os papéis de saída na Argentina e entrada no Chile. Para entrar no Chile de novo olharam detalhadamente todos os alforjes. O controle de entrada do Chile é extremamente rigoroso, não se pode entrar com frutas e verduras, mel, derivados de leite, madeira... é sempre bom estar atento. Como eu já havia passado no dia anterior, então dessa vez não tinham nada para confiscar.

Finalmente segui pelo passo Hua Hum, uns 12 km de estrada de terra e encontrei o Puerto Pirehueico, onde tomaria uma balsa para chegar a vila de Puerto Fuy.



Como saí bem cedo, esperei um tempo até que a balsa saísse. Nesse tempo conheci um menino, o Itamar, um israelense. Conversamos e ele acabou me contando que também estava viajando pela América, em mochila, e que estava hospedado em um hotel muito lindo do outro lado do lago.

Conversamos bastante durante todo trajeto que dura mais de uma hora. O lago é muito lindo, as paisagens, mesmo ainda com bastante cinzas do vulcão Calbulco são espetaculares.

Ao final do caminho Itamar perguntou onde eu ia passar a noite e eu respondi que não sabia, que ia buscar uma hospedagem ou um camping. Mas ele disse: “se quiser pode passar a noite neste hotel, poque estou numa cabana, uns amigos iam vir, mas acabaram não vindo. Há bastante espaço”.

Eu não sabia que hotel era, mas aceitei o convite, afinal o universo sempre conspira pra que coisas boas aconteçam. O hotel que falo é simplesmente ohotel Huilo Huilo, fica no meio de uma reserva ecológica e tudo é construído em meio a floresta, mas respeitando as árvores e tudo que há. É lindo...e caro... É um hotel lindo, desses que os sites recomendam que você deve conhecer...nunca pensei que ia ficar num lugar desses!!!



No outro dia quando fui sair bem cedo pra seguir pedalando, perguntei pro Itamar se podia deixar alguma contribuição pra pagar a cabana, afinal ele também tá mochilando, e ele respondeu que não precisava, apenas disse para que um dia eu retribua a outro viajante algo parecido. Foi um gesto lindo e senti de novo muita gratidão por tudo, principalmente pelas pessoas boas que sempre cruzam meu caminho.

Senti uma diferença bem grande de estar no Chile, principalmente nas estradas, sempre havia um acostamento por menor que seja, e isso traz segurança para pedalar. Passei por paisagens lindas, passei pertinho de outro vulcão, o Rucatrehua. Passei também por lindo lago até que finalmente cheguei a cidade de Panguipulli.


Chegando aí realmente me senti em outro país, olhava os cartazes e não entendia muita coisa que estava escrito. Tudo em espanhol, claro, mas palavras muito diferentes. Fui buscar por hospedagem, já que infelizmente não me aceitaram aí nos bombeiros, e perguntei o preço de um hostal e logo disseram 7 luca.

Fiquei sem entender nada, porque a moeda do Chile é o Peso, logo pensei, “aff tem aqui, como em Cuba, duas moedas, rss..., tenho que trocar dinheiro de novo...rss...” Mas depois descobri que 7 luca, são 7 mil pesos...e descobri que os Chilenos tem um modo especial de falar e palavras também bem diferentes para as mesmas coisas, se comparamos com os argentinos. Senti uma baita diferença. E ainda falam muito rápido, coisa que demorei um tempinho para adaptar.

Nesta cidade fiquei dois dias, porque no dia seguinte amanheceu com muita chuva e achei melhor ficar tranquila, afinal não tinha tanta pressa.



Depois finalmente segui pra Pucon, e estava feliz porque iria de novo encontrar a Lu e o Garibaldi , do Quintal do Mundo, e também ia finalmente conhecer a Carol, do Giramérica. De tanto conversar com a Carol e seguir sua viagem por internet já tinha a sensação de conhecê-la.

Chegando em Pucon, ainda na estrada, encontrei com a Lu e o Garibaldi no carro, estavam indo ao aeroporto de volta pro Brasil. Fiquei triste porque estavam voltando, mas pensei que nada acontece por acaso, e talvez essa seja a melhor decisão que eles podiam ter tomado. Despedimos, com abraço apertado e lágrima nos olhos, mas com a certeza de um reencontro em algum momento.

Segui pra casa “da Carol”, ela ia me receber na casa que estava morando. Ela veio me encontrar na porta do condomínio, ainda estava com olhos vermelhos da despedida dos meninos, que também ficaram com ela por muitos dias.

Carol me recebeu com sorriso no rosto e abraço apertado. A conexão foi tão boa, me senti sua amiga de muito tempo e com ela me senti muito à vontade. Conversamos por muito tempo, cada uma contando coisas de sua viagem, papo de mulher que não acabava mais.

No dia seguinte, almoço made in Brasil: arroz, feijao, ovo, banana e farinha de mandioca. Toda vida que mereço...rss... depois, pão de queijo e doce de leite...hum...fiquei aí em Pucon uns dias pra descansar, aproveitei pra fazer a manutenção periódica da Branquinha, limpeza, retirada das cinzas do vulcão, troca de pastilhas de freio e troca de corrente.





Depois de uma semana de muita conversa, risadas, alegria, comida boa, era hora de seguir estrada. A Carol começou a pensar na possibilidade de ir tentar trabalho em Viña del Mar ou Santiago, já que aí estava difícil. Pensei que se realmente ela fosse pra outra cidade poderíamos nos encontrar de novo.

A hora da despedida foi a mais difícil, estar com pessoas queridas por muito tempo, se sentir acolhida e depois seguir pra ruta é complicado...sempre bate um aperto no peito. Foi difícil despedir sem deixar que as lágrimas caíssem.

Despedi rápido pra evitar muito chorôrô, mas não teve jeito. As lágrimas que não caíram aí foram caindo pelo caminho, junto com cada pedalada...Mesmo assim juntei forças e pedalei forte até uma cidade depois de Temuco.

Antes passei pela linda cidade de Villarica, de onde também se pode ver o vulcão, que está pertinho de Pucon e tem mesmo nome.



Saí de Pucon para seguir em direção a Valparaíso. Sabia que seguiria pela Ruta 5, a famosa ruta Panamericana. Sabia que seriam dias de pedal sem muita coisa...apenas pedalar por essa ruta, que todos diziam que era muito boa porque tinha bom acostamento.



Assim foi, passei por várias cidadezinhas que ficam próximas a rodovia. O mais bonito era que podia ver de longe do meu lado direito a Cordilheira dos Andes e do outro lado, que eles chamam de cordilheira do mar, que segue ao ladinho do oceano pacífico, que eu tanto queria conhecer.



Segui pela Panamericana até a cidade de Coricó, mas chegando aí já estava um pouco saturada dessa rodovia. Quanto mais se aproximava de Santiago, mais carros e caminhões transitavam. Confesso que não eram pedaladas tão prazerosas, as paisagens mudavam também, pela poluição não podia mais ver a Cordilheira dos Andes.

Em Curicó tomei a decisão de seguir uma ruta de estradas mais secundárias e que seria um pouco mais distante, mais montanhoso, mas também muito mais bonito até chegar a Valparaíso.

Com relação a esse trecho tenho a dizer que tive muitas experiências com pessoas muito boas pelas cidades que passei.

Quase todos os dias fiquei em alguma casa de Couchsurfing ou Warmshowers e foram experiências muito muito boas.

Em Pucon, na casa que a Carol estava, também foi por Couchsurfing, o Miguel me recebeu muito muito bem. Aí também conheci a Kim, amiga do Miguel e com a Carol demos bastante risadas e nos tornamos amigas.



Depois o Jaime em Los Ángeles, em sua casa aprendi um pouco sobre os famosos temblores que acontecem aqui no Chile, vimos que na sua cidade até hoje tem escombros de casas e edifícios derrubados pelos últimos terremotos. Conheci também os seus domos, construções muito diferentes, como um iglu. Coisa que quero um dia fazer no Brasil.



Na cidade de Chillan, conheci o Javier, e de cara me senti muito à vontade na sua linda casa, que ele mesmo construiu. Ele se tornou grande amigo e em dois dias que fiquei aí aprendi muito da cultura comida e bebidas do Chile. Provei a famosa Casuela, um prato típico que é como uma sopa com arroz, batata, carne, milho cozido. Comendo isso se sente calor na hora. É um ótimo prato para o inverno. Provei também mote com huhesillos, que é como um suco de pêssego, com bastante grãos de trigo e também pêssego em calda, muito nutritivo e muito gostoso; e ainda a noite saímos e tive que provar o famoso pisco, bebida mais típica de Chile (e do Perú também...há uma disputa pra saber quem é realmente o pai do Pisco...rss...) e também provei a michelada, que é cerveja com limão e na borda do copo colocam merquén, que é um tempero bem picante típico do Chile. Pra quem gosta de cerveja é uma delícia!!!! Foram aí poucos dias, mas dias muito intensos.



Ao despedir de Javier ele disse que se não tivesse passagem comprada pra França viria pedalar comigo, uma pena que não foi dessa vez, quem sabe numa próxima. Ainda neste dia tive a surpresa de ganhar dele um café quentinho bem no meio da estrada. Eles saiu pra fazer um trabalho perto de onde eu estava seguindo e me surpreendeu com café na ruta, um café delicioso com gostinho de até logo.Que loca la vida, de no conocerte a extrañarte cuando fuíste”


Cada viaje no és más que el comenzo de la seguiente”

Seguindo meu caminho, ia pra cidade de Talca, onde já teria lugar pra ficar. Mas neste dia, antes de chegar a cidade de Talca um carro me abordou na estrada, eram um homem e uma mulher. Perguntaram de onde eu era e coisas da viagem. Disseram que moravam bem perto e me convidaram pra ir a sua casa. Pensei, já estou quase chegando à Talca, é muito cedo, porque não?? Aceitei o convite e que bom que aceitei.

De novo anjos do caminho. O senhor se chama Eduardo e mora com seus pais. Eles sempre abordam e recebem gente que passa por aí e que estão viajando. Me mostraram um mapa do mundo onde cada um que passa deixa sua assinatura no local de origem. Já haviam passado brasileiros por aí e gente até do Japão. Gente em moto, caminhando e de bicicleta também. Uns amores de pessoa. Fizeram almoço pra mim, depois tiramos fotos, conversamos e quase não saio daí...rss...Mas, como já tinha combinado com a Pilar de ficar em sua casa na cidade de Talca eu tinha que seguir.



Me despedi da linda família e seguir de coração leve e feliz por estes lindos encontros que a estrada nos proporciona. A Pilar me recebeu na cidade de Talca, que não foi por couchsurfing, mas porque a conheci num hostel na cidade de Villa Angostura, na Argentina, e disse que se eu passasse por sua cidade podia me receber em sua casa. Assim eu fiz, liguei pra ela e com coração aberto me recebeu muito bem, como uma mãe e uma amiga. Até hoje sempre me escreve querendo notícias do meu caminho.


Depois conheci o Patrício, fiquei na casa dele porque na sua cidade, Curicó eu não tinha onde ficar e encontrei um sítio na internet de gente que aluga quartos em suas casas “AirBNB” e então pensei, melhor ficar assim em uma casa que em um hotel. E foi tiro certero. Ele me levou pra conhecer a cidade de Curicó nas poucas horas que passei aí. Comi as famosas tortas curicanas, uma torta doce deliciosa. Vi como as senhoras vendem as tortas até hoje na estação de trem...algo que já se passa há muitos anos. Assim que o trem chega elas se acercam do trem e vendem as deliciosas tortas. Conheci também a família do Patrício, uns amores de pessoas e no dia seguinte ele me acompanhou a pedalar por alguns quilômetros e foi tudo muito divertido, passamos em algumas vinhas que estavam abertas, colhemos uvas, colhemos kiwi também no caminho. Isso foi muito inusitado pra mim porque até então eu nunca tinha visto um pé de Quiwi e achei o máximo.



Saindo de Curicó minha vida mudou, deixei de lado a estressante rodovia Panamericana e me encontrei no paraíso. Uma estradinha calma, muito tranquila, em meio a vinícolas a perder de vista. As pessoas por onde passava cumprimentavam, me senti muito feliz este dia. Pedalei de alma tranquila, aproveitando o caminho e suas belezas.

Passei numa vinícola muito antiga que ficava na beira da estrada, os donos vendiam vinho no litro, e você podia escolher o que queria e eles tiravam na hora diretamente dos grandes barris. Como não tinha como levar eles me deram um pouquinho de chincha, que é como que um suco de uva, mas que também tem um pouco de álcool.


Segui pedalando feliz, o dia lindo, paisagens lindas, descansei, comi, tomei café na estrada e pensei tudo perfeito, mas não, este dia tinha tudo pra se tornar mais perfeito. Quase chegando na cidade de Palmilla, cidade que iria dormir, vejo uma miragem.... quatro bicicletas juntas vindo em sentido contrário, mas tinham alforjes, ou seja, viajavam também. Não pude acreditar, foi a coisa mais linda de se ver.

Uma família inteira viajando de bike. Eles franceses viajavam com duas filhas, uma de 4 anos que ia numa carretinha, sem pedalar, na bike do pai, e outra de 8 anos que ia pedalando. Estavam viajando por 3 meses e agora iam viajar mais três pelo norte da argentina.


Eu juro, chorei de emoção. Tirei fotos com eles e pensei, que lindo, dia mais que especial. Passei por estrada linda e ainda encontrei uma família que viaja de bike.

Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o ouvido, contra o sem sentido apelo do não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão!” Carlos Drummond Andrade.
Poema que pensei muito durante todo dia...porque realmente o que fica, o que importa são as coisas findas, intangíveis...este foi um dia que me emocionei, me senti muito feliz por estar na estrada, por estar viajando de bike e por estar vivenciando tudo isso!

O dia terminou melhor ainda porque neste dia fiquei na casa do Marcelo, outra pessoa muito linda que cruzou meu caminho. Ele me recebeu lindamente em sua casa, conheci também sua linda família e ainda tive um dia de folga conhecendo tudo de vinho. Ele trabalha numa vinícola, a Montgrass e me levou pra passar um dia conhecendo tudo de vinho (e provando, claro, deliciosos vinhos).


Sinto saudades de pessoas que eu convivi dias ou, as vezes, horas. Fiquei feliz por sair da ruta 5 e entrar em uma estrada tranquila. Na ruta 5 eu queria ir rápido pra sair do barulho dos carros, da poluição. Nesta outra estrada eu seguia tranquila, eu ia mais devagar...desfrutava da paisagem, as vezes do silêncio, desfrutava dos meus pensamentos e até da saudade....


Depois de Palmilla o caminho seguiu bonito...e frio...alguns dias com neblina até três da tarde. Bom, passei depois por uma cidade chamada Rapel, onde fiquei numa corporação de bombeiros, sozinha. Neste ninguém ficava a noite, então me deram a chave do lugar...uma noite tranquila.

Segui estrada, finalmente conheci o Pacífico, numa cidade chamada Cartagena, nem sabia que no Chile também tinham Cartagena..rss.... Neste dia, muito feliz, completei 4 meses de viagem...caramba, como passa rápido!!! 4800km de pedalADAs!!!!

Neste dia ia dormir na cidade “El Tabo”, fui de novo aos bombeiros, dessa vez não podiam me receber, mas um lindo casal de bombeiros José e sua mulher Lauri me levaram pra sua casa. Eles alugam cabanas pertinho do mar. Mas me deixaram ficar aí tranquila, por uma noite, sem me cobrar nada. Que gratidão por encontrar pessoas assim...!!!


No dia seguinte saí tranquila, passei na cidade de Isla Negra, conheci a famosa casa do escritor Pablo Neruda, onde ele passou importantes momentos de sua vida e que agora é um lindo museu que vale a visita.




Saí do museu um pouco tarde, planejava seguir até Viña del Mar, mas cheguei a cidade de Casablanca já eram quase quatro da tarde, e faltavam ainda uns 40km até Viña, que eu não sabia ao certo como seria.

Minha consciência mandou eu ficar aí, fui então aos bombeiros que de novo me receberam bem. Neste, pela primeira vez coloquei barraca, mas dentro de um salão coberto. Dormi em segurança. No dia seguinte tirei uma foto com a maior quantidade de bombeiros de toda viagem...rss...era feriado e estavam todos aí.

Segui então tranquila até Viña del Mar. Depois de quase 15 dias de pedal intenso ia de novo ter uns dias de “descanso”. O caminho foi tranquilo, bem rápido cheguei a cidade. Ainda pro almoço.rss..
De novo a Carol, que havia encontrado trabalho aí, me recebeu em sua casa.

De novo passamos dias muito bons...de muita conversa, comida, vida de turista conhecendo Viña del Mar e Valparaíso, chorôrô por imprevistos da vida (o rapaz lhe ofereceu emprego e em uma semana disse que não podia mais continuar...enfim), mudamos de casa, conheci outro cicloturista brasileiro, super gente boa, que nos recebeu em sua casa, o Slot. Reecontrei o Javier, o amigo da cidade de Chillan, que foi me encontrar e encontrar seus amigos antes de partir a França...enfim foram, de novo, dias intensos e muito divertidos.


Mas, como sempre, era hora de despedir...de seguir estrada. Não queria nem pensar em despedir de novo da Carol. Dessa vez passamos muitos dias juntas e por momentos mais difíceis, e nos tornamos ainda mais amigas. Estava feliz por poder estar junto dela, num momento difícil. Sei que não podia ajudar tanto, mas as vezes apenas escutar já é uma ajuda.

Estávamos na casa do Slot, saímos pedalando de Valparaíso...despedi do Slot, lhe desejei sorte em seu caminho e segui com a Carol pelas lindas ladeiras desta cidade.
A Carol ia me acompanhar por uns 30km.


Neste dia, feliz da vida, completei 5000km de estrada. Estava um dia lindo pra seguir viagem. No caminho encontramos um montão de ciclistas, eu e Carol demos uma entrevista, eu como sempre com muita, mas muita vergonha. Rss...



Fim dos 30 km...paramos pra comer. Não falamos muito. O abraço foi muito apertado e o choro muito intenso. Sabia que dessa vez a gente ia demorar muito pra se encontrar...talvez agora só no Brasil quando retornássemos de nossas viagens. Foi duro, muito duro despedir dessa vez. Saí chorando por não sei quantos quilômetros. Mas me senti muito feliz...primeiro porque a Carol foi pra mim uma inspiração pra seguir viagem...uma mulher, quase da mesma idade, que também saiu sozinha pedalando por esse mundão. Depois por conhecê-la, por nos tornarmos amigas, por aprender tanto com ela, por compartir momentos muito alegres e especiais.

A despedida é sempre dura, mas o que vale é o que fica....Gratidão imensa Carolzita por tudo, por me receber duas vezes em suas casas, pela amizade, pelo carinho, por ser sempre tão alegre e por ver sempre um lado muito melhor em tudo. Muita gratidão amiga e até um dia...só desejo que seus sonhos se realizem e que seu caminho também seja lindo!!!!

Segui estrada, tentando me recompor, e finalmente pensando que dalí a alguns dias estaria de novo cruzando a Cordilheira dos Andes, por um caminho lindo e duro...o famoso Paso Los Libertadores. Uma etapa dura da viagem, mas na qual aprendi a superar medos, limites e pela qual sou muito feliz de ter conseguido realizar e que eu conto no próximo post!!!

Amor e Gratidão sempre!!!!

Mais fotos deste trecho da viagem em aqui!!!


Resumo desta parte da Viagem:

 Dia 101 – Paso Hua Hum a Porto Fue – 15km + travessia em barco – Hospedagem Hotel Huilo Huilo (cortesia do amigo Israelense Itamar)
Dia 102 - Porto Fuy – Panguipulli => 62 km => Hospedagem Hostel Welcon
Dia 103 – Panguipulli => descanso
Dia 104 - Panguipulli a Pucon => 85km => Hospedagem Couchsurfing
Dia 105 a 108 => Pucon => Descanso
Dia 109 => Pucon a Temuco => 123 km => Hospedagem Warmshowers
Dia 110 => Temuco
Dia 111=> Temuco a Colipulli => 86 km (muita chuva todo dia) = > Hospedagem Bombeiros
Dia 112 => Colipulli a Los Angeles => 70km => Hospedagem Couchsurfing
Dia 113=> Los Angeles a Chillan => 110 km => Hospedagem Couchsurfing
Dia 114=> Chillan => Descanso
Dia 115=> Chillan a Liñares => 105km => Hospedagem Pensão Residencial
Dia 116=> Liñares a Talca => 55km => Hospedagem casa de amiga
Dia 117=> Talca a Curicó => 71km => Hospedagem site AirBNB
Dia 118=> Curicó a Palmilla => 65km => Hospedagem Couchsurfing
Dia 119=> Palmilla => Descanso
Dia 120=> Palmilla a Rapel => 100 km=> Hospedagem Bombeiros
Dia 121=> Rapel a El Tabo=> 76km => Hospedagem casa cedida pelos bombeiros
Dia 122 => El Tabo a Casablanca => 51km => Hospedagem bombeiros
Dia 123 => Casablanca a Viña Del Mar => 45km => Hospedagem casa da Carol
Dias 124 a 130 => Viña del Mar => Descanso
Dia 131 e 132 => Valparaíso => Descanso => Casa Slot

Dia 133 => Valparaíso a La Calera=> 76km => Hospedagem bombeiros


Gostou da ideia, quer saber mais e principalmente fazer parte dessa ideia maluca? 

Vem aqui e veja como pode colaborar!!! :)


Quer saber das outras pedalADAs e onde estou agora? Veja aqui no mapa !

Bons pedais pessoal e até as próximas!!!










Comentários

  1. Adinha, já tinha visto no face, mas sempre que vejo essa foto da família viajando junta, me emociono. Como pode ser tão simples assim?! Beijas

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